Neste artigo trataremos das
aproximações entre arte e ecologia, temas que não são novos, mas continuam
extremamente atuais. Sem a pretensão de trazer respostas, apontamos algumas
impressões sobre o fazer artístico e politicamente ativos contemporâneos sobre
a relação, cada vez mais, próxima entre arte e ecologia.
Sabemos que as manifestações
artísticas, em geral, acompanham as transformações sócio-culturais de cada
época. Não apenas refletindo as mudanças ocorridas, mas também ajudando a
moldá-las e fixá-las.
Nas últimas décadas do século XX vimos
crescer o número de artistas ecologicamente engajados. Preocupados em
explicitar a importância de se criar uma cultura de preservação ambiental, em
consonância com uma vida mais plena, onde a busca pelo bem-estar imediato não
perde de vista a preservação dos recursos para as futuras gerações.
Nesse contexto não falamos apenas de
uma arte que pregue uma volta à natureza “selvagem”. Tratamos de uma arte
ecologicamente responsável, de fato. Com suas obras construídas em meio a
natureza, valendo-se de acidentes geomorfológicos como elemento gerador, por
exemplo, ela busca reconhecer e produzir obras críticas em constante diálogo
com a sustentabilidade radical, colaborando para a criação de uma cultura de
respeito e cuidado com a diversidade de espécies e culturas.
É uma arte não contemplativa, mas sim
ativa. Por meio dela são criados novos tratados e paradigmas de ação
artistico-ecológico.